segunda-feira, 14 de abril de 2008

Vitor Baía

Data de nascimento: 15-10-1969 (32 anos)Posição: Guarda-redesClube em 2001/02: F.C. Porto
Internacionalizações: 77
Golos na Selecção (sofridos): 45 (0.58 por jogo)
Estreia na Selecção: Portuguesa (1-0) 19/12/90
Fase de apuramento: Não utilizado




«Se estiver bem, Vítor Baía vai ao mundial». A garantia já tinha sido dada pelo seleccionador nacional, António Oliveira, há alguns meses, quando o guarda-redes do F.C. Porto continuava a contas com problemas nos joelhos, que o afastaram da competição durante um ano e meio. Por muitos apontado como o melhor guarda-redes português de sempre, Vítor Baía é uma das figuras incontornáveis desta selecção. A única dúvida em relação à sua presença no mundial esteve apenas na questão de se saber se estaria fisicamente disponível.
Internacional por 75 vezes pela selecção principal, Baía estreou-se na equipa de todos nós em 1990. Desde aí, foi sempre a primeira opção para a baliza e cedo assumiu a condição de capitão. Mas depois vieram as lesões que o afastaram da selecção entre 16 de Agosto de 2001 (vitória frente à Lituânia por 5-1) até ao encontro com o Brasil, a 17 de Abril passado, para o qual foi convocado, acabando por permanecer no banco. Lesões sucessivas nos joelhos ditaram paragens longas, num penoso processo que dura desde 1997 e já meteu cinco operações pelo meio. A sua participação no Euro-2000 chegou a estar em dúvida, mas foi titular e ajudou Portugal a atingir as meias-finais.



O pior veio depois. No F.C. Porto, esteve ausente dos jogos oficiais entre Maio de 2000 e Dezembro de 2001. Jogou 45 minutos num jogo da pré-temporada, em Clairefontaine. Parou, devido a entorse, voltou à competição numa partida com o Santa Clara, para a Taça de Portugal. Mas, pouco depois de ter regressado, voltou a lesionar-se: desta vez foi uma tendinite rotuliana no joelho esquerdo. Recuperou a titularidade em Faro, a 6 de Abril, para não mais a largar.



Hoje vem nos jornais desportivos uma notícia referente à "mágoa" de Vítor Baía não ter sido mais chamado à selecção desde 2002, nem mesmo quando foi o melhor guarda-redes da Europa, e campeão e não sei quê, ora eu tenho vários pontos que quero aqui assinalar a explicar o porquê (sim, não é preciso sair a dizer "e eu é que sou o ruim?" para saber o porquê do Baía não ter ido à selecção):
1- Terá sido por tu de 3 em 3 jogos largares com cada perú que mais parecem aviões?
2- Será porque tens na mania que mandas e que és o capitão, e querias mandar mais que o mister?
3- Os problemas na Coreia e no Japão... estarás envolvido neles? Tal como outros atletas do teu clube/grupo de amigos?
4- Será porque ganhaste uma Champions, não por tu seres bom, mas sim, por os restantes 10 serem bem melhores?
5- Porque estavas velho, descalço, e já sem pujança suficiente para jogos Internacionais?
6- Olha cuidado com o Hélio... se ele te tirou o lugar, foi por alguma razão...
7- Pergunta ao João Pinto o porquê de ele não ter ido mais a selecção, pode ser que penses no teu porquê também...
8- Pela primeira vez, a influência do Papá não levou os atletas todos (tu) da sua equipa à selecção, porque pela primeira vez, tivemos lá um treinador a sério, que não se deixa levar por corrupções e ameaças, do teu patiozinho, o Papá...
Por agora é tudo...


- É o detentor do 5º melhor registo de imbatibilidade de sempre da Federação Internacional de História e Estatística do Futebol.
- Foi o 1º jogador português a atingir as 75 internacionalizações. Em 2004 esteve 1192 minutos sem sofrer golos na Liga Portuguesa.

- É-lhe atribuída a designação de futebolista com mais títulos, na história do futebol mundial: 32. Pele e Rifará são os que se seguem com 25 títulos.




Vítor Baía: o Adeus
O mistério ficou finalmente desfeito, se bem que o desfecho não tivesse ficado muito longe do esperado. Vítor Baía colocou um ponto final na sua carreira de futebolista.No meio da polémica interna, no meio das bocas e críticas descabidas, cruéis e invejosas, no meio das discriminações e tentativas de humilhação, no meio dos boatos e rumores, no meio dos muitos momentos bons e dos raríssimos momentos maus, injustiçado em várias vezes pela massa adepta dos outros clubes, Vítor Baía afirmou-se sem margem para dúvidas como o melhor guarda-redes Português de todos os tempos, e também como o futebolista com mais títulos conquistados a nível mundial.CronologiaVítor Baía estreia-se na baliza do FC Porto a 11 de Setembro de 1988, fruto de lesões de Mlynarzyck e castigo de Zé Beto.Em 1993 é nomeado pelo jornal "Leques" como o 2º melhor Guarda-Redes do mundo.Em 1995 apareceu pela primeira vez em 6º lugar no Top 10 dos melhores Guarda-Redes do Mundo. Em 1996 fica em 5º lugar e é então considerado o melhor Guarda-Redes Europeu pela ESM.Em 1997 encontra-se em 7º lugar e nesse mesmo ano é considerado o melhor Guarda-Redes da Liga Espanhola, ao contrário do que os críticos de Baía tentam fazer crer, acusando-o de ter sido um "flop" em Espanha. No entanto, no final desse mesmo ano, começa o período negro de Baía. Atacado por lesões no Barcelona, quando recupera a forma tem uns jogos menos conseguidos, o que aliado a disputas pessoais com Van Gaal, lhe custam a titularidade. Neste período conquista ainda a Taça das Taças.Em Janeiro de 1999, em ruptura total com o mesmo Van Gaal e preterido em prol de EDP, volta ao FC Porto e volta também ao Top 10, em 9º lugar. Em 2000 voltam os problemas com as lesões, ainda assim, e recuperando pouco antes do Euro 2000, assume a titularidade da selecção Portuguesa, realizando um grande Europeu. Ainda em 2000 volta a ser operado ao joelho direito, e regressa à competição somente no final de 2001. Ainda assim, consegue segurar o 9º lugar no Top 10 em 2000, saindo da lista em 2001 por inactividade.Em 2003 conquista a Taça UEFA e em 2004 a Champions League, sendo inclusivamente considerado o melhor Guarda Redes Europeu e voltando ao Top 10 em 8º Lugar.



Em 20 de Maio de 2007 faz o último jogo pelo FC Porto.O Atleta
Vítor Baía foi um atleta exemplar em toda a sua carreira. Ao nível desportivo e profissional, e excepção feita ao desentendimento com José Mourinho (duas personalidades fortes), foi, é e continuará a ser um exemplo para todos os jovens que o queiram seguir.No campo foi sempre enorme, fazendo defesas impossíveis, mas acima de tudo jogando simples, com inteligência, antecipando os lances, com um sentido posicional fora do normal o que sempre lhe permitiu abordar quase todos os lances de uma forma segura, simples e desimplicada. Esta forma de jogar, esta forma inteligente de analisar e prever os lances, esta colocação inteligente entre os postes, sempre fez crer que possuía uma força magnética que atraía a bola até ele. Por isso, os seus críticos, quais perfeitos ignorantes, acusavam-no de só defender bolas fáceis sem perceber que era ele que descomplicava os lances e que os tornava aparentemente fáceis.Essa sua forma temerária de jogar, bem à frente dos postes, evitou dezenas senão centenas de calafrios e outras tantas oportunidades de golo para as equipas adversárias. A sua rapidez a sair dos postes, jogando muitas vezes como líbero, permitia-lhe antecipar-se aos avançados contrários e cortar muitas jogadas antes mesmo do perigo acontecer. No entanto, essa sua forma de se colocar entre os postes, também lhe custou o golo contra a República Checa no Euro 96, por exemplo. No entanto, foram incontávelmente mais os golos que evitou dessa forma, que os pouquíssimos que concedeu.A sua rapidez de movimentos, flexibilidade e reflexos extremos, permitiram-lhe fazer as tais defesas impossíveis, mesmo a frio. No entanto, o que sempre se pede a um Guarda-Redes de uma grande equipa, de uma equipa que joga sempre para ganhar e tem o domínio na maioria dos jogos, é 100% de concentração, e que esteja presente quando é chamado a responder, mesmo que tal aconteça pela primeira vez aos 90 minutos de um jogo. Foi a isso que Vítor Baía nos habituou, a estar presente, a responder à altura, o que lhe valeu o recorda de maior número de minutos sem sofrer golos.O HomemVítor Baía, fora do campo, e uma vez mais ao contrário do que quiseram fazer parecer, falou e agiu sempre em consonância com as suas exibições em campo: em grande nível.Várias vezes apanhado em assuntos delicados, Vítor Baía soube como responder, como agir, como se comportar, como sair por cima, dando sempre lições de saber estar. Nos atritos entre Ricardo e Vítor Baía, o último nunca atacou Ricardo, antes pelo contrário, respondeu com classe aos ataques de Ricardo, e deixou-o sem resposta perante a sua classe e superior formação. Por outro lado, Ricardo provou que não sabe conviver com a crítica, nem com a concorrência.Afastado por Scolari da selecção nacional, o qual recebeu indicações de Madame nesse sentido, pelo facto de Baía ser testemunha de acusação de Oliveira contra a Federação, não mais fez que somente pedir justificações e explicações públicas para essa condição de dispensável. Demandas essas perfeitamente justificáveis pelo facto de no ano em que não foi convocado para o Euro 2004, ter sido precisamente considerado o melhor Guarda-Redes do Campeonato Nacional e o melhor Guarda-Redes da Europa, obviamente à frente dos outros ditos seleccionáveis. No entanto, ao contrário de Scolari, que para além de rude, mal-educado e despropositado nos seus comentários a respeito do assunto, ainda difamou o nome de Baía, este foi uma vez mais superior a tudo isso e não respondeu na mesma moeda.Este ano, quando lhe colocaram questões pouco éticas, e pouco honerosas para Jesualdo Ferreira a respeito do papel de Baía no balneário do FC Porto, soube responder com convicção respeitando Jesualdo e sublinhando que era mais um jogador da equipa, se bem que com um papel ligeiramente diferente dos demais.Acusaram-no de ser destabilizador no balneário, de causar problemas, etc. Viu-se a destabilização que causava este ano ao ser o primeiro a sair em defesa de Heitor. Viu-se a destabilização que causava quando o Porto marcava um golo e o seu autor corria para os braços de Baía. Viu-se a destabilização quando defendeu Jejuado. Vítor Baía é um líder nato, mas sabe respeitar aqueles que estão acima de si hierarquicamente, e ajudar todos os outros de igual maneira.